Teus versos que são córregos tão calmos
Iguais às sangas claras das campinas
têm música nas águas cristalinas:
serena serenata em tom de salmo.
Irrigam todo vale, palmo a palmo,
zelando pelas flores pequeninas
e nublam os espelhos das retinas
teus versos que são córregos tão calmos.
Tu sempre quando cantas: nos fascinas,
por isso, amiga, Lúcia Constantino,
meus olhos ficam plenos de neblina...
Quem ouve o que dedilhas imagina
estar ouvindo cânticos ou hinos
do sonho celestial duma menina. "
Vaine Darde
Porto Alegre, 13/02/2007
UM PRESENTE DE NATAL
(Vaine Darde)
"Por que será que a gente comemora
com fogos, luzes, festas e ornamentos
a data do singelo nascimento
do Deus menino numa manjedoura?
Não foi essa lição reveladora
que Ele nos deixou nos testamentos,
de tanta ostentação num só momento
enquanto, na miséria, a vida implora...
Quem sabe fosse mais original,
em vez de tanta festa no natal,
deixar brilhar, em nós, a Santa Luz...
E dividir o pão co’a fome nua,
Ou, mesmo, recolher um cão de rua
na forma dum presente pra Jesus."