"... Que duro e triste não seja o olhar que persevera como uma candeia acesa ..." (CAMINHOS, de Lucia Constantino) De cada um de todos meus cansaços (Célia de Lima) Que o meu olhar não seja duro e triste, Meus ombros não se enverguem, já vencidos Quando o dia mostrar anoitecidos Os sóis dos meus desejos, no que insiste. Que se abram as flores que tu viste Semearem, oh, Vento, em meus sentidos, Os meus amados Mestres, decididos Que eu nunca me perdesse... Resistisse! De Amor eu vou compor a minha face, Que desistir do Amor é retalhar-se. E ainda cabem sonhos nos meus braços. Cuidar das minhas luzes com carinho. E ao trasluzir no caos, tecer caminho De cada um de todos meus cansaços. |
Célia de Lima |
Espirito e corpo Ser é uma questão de opção em nossa vida, ter também. Ser é algo que levamos pela eternidade, ter pela vida física. O infinito ultrapassa o finito que faz parte dele, e o representa, pois nele cabem tantos daquele que o torna incomensurável a cada tentativa de medi-lo usando o finito como exemplo ou parâmetro. Quando transcendo a minha essência sou mais intenso, mas concomitantemente tenho mais responsabilidade. Posso mais, sei mais, mas também respondo mais e daí vem o risco que afasta muito gente da vontade de crescer. Mas o único caminho que temos na vida é este, pois a inércia é parte apenas da matéria, o espírito é movimento. Movimento significa pensamento, energia, sentimento, vida. Tolo é aquele que acredita que viver é juntar coisas, pois o que se junta aqui fica aqui, pois pertencem apenas ao mundo material que a tudo no orbe governa e jamais permite que algo seja levado. Daí a grande necessidade do desapego ainda aqui, em vida. Unamo-nos então em torno desta idéia. Vamos buscar o nosso crescimento na ciência de que somos espíritos reencarnados. Vivemos a nossa vida em corpos no mundo na busca pelo conhecimento, despertando dentro de nós a nossa consciência, fortalecendo a nossa fé, lidando com corpo, mente e espírito pelo amor. |
Rick Steindorfer |
Rick Steindorfer |
Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2008 Código do texto: T821877 |
(autor: Esperança)
Chegaste suavemente, como a brisa da manhã...
(Enquanto aparecia , teimosa, no céu,
Uma estrela, perdida, que andava ao léu...)
Chegaste, amor: não bateste na porta
Porque esta se abriu ao ouvir os teus passos.
Entraste, sorriste... que meigos abraços!
Chegaste a mim... eu tanto esperava!
Há tempos e tempos que eu te buscava
Mas tu não querias, não vinhas me ver...
(Meu cabelo era lindo! Agora tem neve!
Demoraste tanto! E a vida é breve!
E o corpo era rijo: agora, a tremer...)
Beleza se foi nesta longa espera...
E a juventude... veloz como fera!...
Agora é outono... Mas quero viver!!
Renasce a alegria: te quero ao meu lado,
Embora o “Impossível” nos seja fadado:
Andar ao teu lado não posso querer!
Minh’alma te busca: no sonho é alegria!
És sonho de um sonho!... A casa está fria!
E a porta se fecha ao entardecer...
Eu sofro contigo e me alegro contigo.
Teu sonho é o meu! Tu sonhas comigo?...
Não reclamo de nada: fizeste-me Ser!...
E assim como sombra, te sigo, apagada,
Brilhando no escuro, à vida apegada,
Pra sempre esperar no “Impossível” viver...
Ficar do teu lado, repartir os momentos
Tão breves! Tão longos nos sentimentos.
Sentir que jamais eu vou te esquecer...
E desses momentos fugazes, ligeiros,
Que voam e escoam no meio dos dedos
Sofrer a saudade do “nunca poder”:
Andar pela rua, nós dois, namorados
Sentindo as delícias... Viver abraçados
No amor que é divino! E tê-lo a esconder!!...
Rogar que meus olhos não falem de amor
Pra jamais te ferir ou te causar dor,
Vestindo silêncio... e sobreviver!
Saber que contigo, estar ao teu lado,
É coisa impossível, é o “sempre esconder...”
Esvaindo-se a vida: sozinha morrer!...
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ESPERANÇA
Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2008
Código do texto: T819255