Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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11/02/2009 21h25
CANTARES V - EPIFANIA (Lúcia Constantino)
Ele passou por aqui...
Deixou....

o ar imantado de sonhos,
o vento bailando sobre as pedras,
cinzelando lembranças...

as dores adormecidas
entre os ciprestes,
e perfume nas camélias brancas.

Depois,
ao raiar da primeira hora,
partiu para a cidade do coração,
porque já os campos estavam plenos de sol,
e já despertavam os lavradores
para a realização da vida.

                                           - Lúcia Constantino

(Direitos autorais reservados, obras protegidas pela Lei 9.610 de 19.02.98).

Publicado por Lúcia Constantino
em 11/02/2009 às 21h25
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07/02/2009 23h26
DO TAMANHO DA EMOÇÃO (de Yohana Rinnardi)
"O desejo da palavra
É do tamanho da emoção
Que se não cabe extravasa
Como fosse aflição
É preciso que eu Te diga
Que eu Te entregue o coração
Indo aonde me guias
(Só vou pela Tua mão)

Leva-me pelos Teus sons mais bonitos
Pelas Tuas aves, me leva
Me leva, que eu abro os sentidos
Se o meu Mestre se revela
Pelas tantas maravilhas
Da Tua Poesia, me leva..."

                        - de Yohana Rinnardi
Publicado por Lúcia Constantino
em 07/02/2009 às 23h26
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31/01/2009 02h48
'VERÉ POR TÍ " (Miguel de Unamuno)
«Me desconozco», dices; mas mira, ten por cierto
que a conocerse empieza el hombre cuando clama
«me desconozco», y llora;
entonces a sus ojos el corazón abierto
descubre de su vida la verdadera trama;
entonces es su aurora.

No, nadie se conoce, hasta que no le toca
La luz de un alma hermana que de lo eterno llega
y el fondo le ilumina;
tus íntimos sentires florecen en mi boca,
tu vista está en mis ojos, mira por mí, mi ciega,
mira por mí y camina.

"«Estoy ciega», me dices; apóyate en mi brazo
y alumbra con tus ojos nuestra escabrosa senda
perdida en lo futuro;
veré por ti, confía; tu vista es este lazo
que a ti me ató, mis ojos son para ti la prenda
de un caminar seguro.

¿Qué importa que los tuyos no vean el camino,
si dan luz a los míos y me lo alumbran todo
con su tranquila lumbre?
Apóyate en mis hombros, confíate al Destino,
Veré por ti, mi ciega, te apartaré del lodo,
te llevaré a la cumbre.

Y allí, en la luz envuelta, se te abrirán los ojos,
Verás cómo esta senda tras de nosotros lejos,
se pierde en lontananza
y en ella de esta vida los míseros despojos,
y abrírsenos radiante del cielo a los reflejos
lo que es hoy esperanza."

Publicado por Lúcia Constantino
em 31/01/2009 às 02h48
 
15/01/2009 14h41
SERRAT - Grande paixão
Joan Manuel Serrat sempre será para mim o poeta, o cantor, o compositor que mais amo há mais de duas décadas. Se alguma coisa que escrevo tem algum valor, devo ter aprendido com ele -- e com Gabriela Mistral, outra  paixão eterna.

Abaixo, uma canção que é um verdadeiro poema de amor, cantador por Serrat e que está no meu Orkut, para quem quiser conferir.

Serrat a canta em catalão e abaixo eu a traduzi livremente do espanhol para o português.

'PALAVRAS DE AMOR"  (em catalão, "Paraules d'amor)
(Joan Manuel Serrat)

Ela me quis tanto...
E eu ainda a quero.
Juntos atravessamos
uma porta fechada.

Ela, como  poderia dizer,
era todo meu mundo então.
quando no lar queimavam
somente palavras de amor.

Palavras de amor simples e ternas.
Não sabíamos mais, tínhamos quinze anos.
Não tínhamos tido muito tempo para aprendê-las,
acábamos de despertar do sono da infância.

Tínhamos o suficiente com três frases feitas
que haviamos aprendido de antigos comediantes.
De histórias de amor, sonhos de poetas,
não sabíamos mais, tínhamos quinze anos.

Ela quem sabe aonde stá,
ela quem sabe aonde anda.
Eu a perdi e nunca mais
voltei a encontrá-la.

Porém, de vez em quando, ao escurecer
de longe me chega uma canção.
Velhas notas,  velhos acordes,
velhas palavras de amor.


Palavras de amor simples e ternas....(etc.)

http://www.youtube.com/watch?v=wwQPDYQjqKk

Publicado por Lúcia Constantino
em 15/01/2009 às 14h41
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21/12/2008 22h06
CUIDADO E APROPRIAÇÃO (por Yohana Rinnardi)

CUIDADO E APROPRIAÇÃO

             de Yohana Rinnardi



Vejo que toda dor
dura a dor suficiente
da recuperação,

como vejo que me cuidas,
Cuidador mais diligente,
no meu sol e solidão.

Vejo que me precipitas
ao encontro da razão,
apaixonando-me ainda,
mais ainda ao coração.

Vejo que me vês
como não pareço ainda,
como não me vejo ainda,
cuidador da própria ação.
Publicado por Lúcia Constantino
em 21/12/2008 às 22h06
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