Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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A LUZ NO LABIRINTO



A noite, bem cedo, ao sono avança.

E os sons dos silêncio me ponho a ouvir.

Ave-Marias, boleros, violinos, esperanças

que dentro de minh'alma ainda ouso sentir.

 

Os chilreios da vida voam por mim,

amando... ferindo... sudário sem milagre

de um rosto impresso na alma, um jardim

onde ora luto com rosa, ora luto com sabre.

 

E se torna gigante esse passo inseguro.

Só uma réstia de lua me clareia esse muro

de onde ainda avisto meus cedros fiéis.

 

E nesses silêncios as estrelas me ditam

alguns versos que escrevo para um por-de-infinito,

que camuflou sua luz num labirinto de papéis.

 

 

 


(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 11/03/2008
Alterado em 03/06/2011
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