LUSCO-FUSCO
Apenas um gesto.
Tão difícil... imanifesto.
Tudo brilhava, iluminava.
Não era este deserto.
Apenas um gesto.
Que foi imanifesto...
E a grande confraria da vida
se reuniria
sempre para chegadas
nunca para partidas.
Mas como sangra
a lua feita de pranto
trêmulas mãos de astros
que recusaram-se a um acalanto.
E baixam à terra os anjos dormidos,
cruzam com meu olhar,
mas não ouviram o meu pedido.
Foram descansar.
Vazios os dias seguem
o país do amor que me persegue,
me perseguirá dentro do peito.
Delícia exposta como ferida a sangrar
sempre de partida
errado, imperfeito,
não tenho jeito mais de voar.
Sem o que me dava força à vida,
tenho que dormir,
pra não chorar...
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/03/2008
Alterado em 03/06/2011
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