ÁGUAS DE FEVEREIRO
A chuva descasca a minha pele.
Forma poças no meu coração.
Por mais que nada aqui seja perene
eu acreditava no meu próprio chão.
Agora tudo é uma triste chuva insana
que bate na vidraça quebrando cristais.
Fecham-se na minha cara as venezianas
e os cristais parece que não se colam mais.
A distância cala fundo, a indiferença
no meu ser que acreditava que essa presença
era luz de lua, era luz de estrela...
Mas há que se abrir a vidraça para um novo dia
e perguntar a Deus se aquela magia
Ele pode ir procurar e me devolvê-la.