Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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EU ESTAVA ALI



Eu estava ali, sentada naquele banco de jardim.

Nada ouvia, a não ser o silêncio.

Silêncio de mim.

As flores não me conheciam.

O céu não me reconhecia.

O sol não me viu.

Eu estava à sombra, eu e minha vida.

Em um momento, porém, senti que havia algo

mais além...

Olhei para o horizonte e pressenti que alguém

me olhava. Me via, não como se vêem os seres

de carne e osso. Mas via o incognoscível em mim.

A parte que eu mesma não sabia que existia.

Tudo o que eu não me compreendia.

Sim, alguém me via....caminhou no plano etéreo

em minha direção, tocou-me os cabelos, as mãos...

E plantou a semente de um amor no meu coração.

Eu não fui até ele. Ele veio a mim.

Continou ali por muito tempo, uma presença

invisível, cheia de luz -- eu não estava mais à sombra.

Estava dentro de sua luz.

 

Agora sua luz se afasta... lentamente, e

estou à raiz dessa grande árvore que ele mesmo plantou.

Folhas imensas caindo sobre o chão onde piso,

folhas de todas as cores...de todas as dimensões.

Quisera saber em qual delas está a sua luz...

Em qual delas ele deixou registrada a sua luz.

Essa luz que ainda é tão forte e que ainda hoje,

quase me cega os olhos...

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 05/02/2008
Alterado em 03/06/2011
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