A chuva desce
na manhã de sol.
O olhar distante voa sobre a paisagem
com suas asas de cera, com suas incertezas,
e os sentimentos desajeitados
de quem bradou e foi calado
pela própria natureza.
É o anel perdido no labirinto,
os olhos que jamais lerão o que sinto,
ou sorrirão para este rosto rascunhado
nas nuvens de um passado
que se viveu no além, no infinito.
É o pote de mel escondido no fim de uma pauta de vida
escorrendo por entre os dedos da ampulheta cruel
fazendo em pedaços todos os pedaços do céu
pesando sobre os ombros de uma pedra ferida.
Imagem: Google