Chegam presenças. Não falam.
Pesam.
Uns gestos solares, olhares furtivos,
dobres de azul pelos ares,
estão na alma comigo.
Sondo meus pesadelos,
esperanças, descubro esses silêncios
nos olhos-criança dos medos
e dissolvo esses emaranhados
de tantos sonhos
pelos ares desintegrados
ora tão tarde, ora tão cedo.
Sim, é uma tarde de silêncios,
essa que mora no templo dos dias
que não sabe chamar nem orar
com vozes de sombras vazias.
Tudo é leve demais
para se carregar sozinho.
O peso é do passo
enganado pelo caminho.
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