Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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MOMENTOS...




Momentos
em que a vida passa
pela janela...
E não há como detê-la.

O que fazer para reter

um raio de lua sobre os cabelos,

as estrelas nos olhos,

nosso poema de amor insólito,

a rosa que se aninha entre os dedos

como um pássaro
recém acordando
o dia 
para nele voar sem medo?

 

Não há como deter a vida

que passa correndo
com sua aurora de tranças,
que, brincando com nossos segredos,
incólume, sempre avança
sobre nosso corpo e sem medida,
vai ali jogando  amor, dor,
esperança, 
chegadas, partidas.

Não há como deter as folhas
densas de nossas frontes
que já caíram de nossas árvores
quando era muito cedo
ou quando era muito tarde
mas que tornaram mais claro
nosso espaço
para olhar o sol,
e  o horizonte.









foto: www.olhares.com

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 18/01/2008
Alterado em 03/06/2011
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