SE EU PUDESSE
Inundam-me
nas noites silenciosas,
as espadas do mundo,
como se frágeis espinhos
vencessem as rosas.
Inundam-me
os cânticos perdidos de suas asas,
as vozes abafadas das fadas
que pedem a paz, somente a paz.
Aquela paz que um dia
nos foi destinada.
Inundam-me
as pálpebras desertas de sentido,
quando as lágrimas na noite
borram os olhos
porque para elas, já não há ouvidos.
Ah, se eu pudesse, de qualquer forma
resgatar diariamente,
essa luz que sempre retorna
quando o amor está presente,
e mantê-la eternamente
na vida de todo ser
como alva rosa a iluminar
o espelho de cada olhar
para que à luz de si mesmo
possa se ver
... e para que, nessa luz,
possa viver.