Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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PELOS SILÊNCIOS




Paisagem serena
acompanho pelos silêncios.
Eu penso e penso e penso.
Meus crepúsculos são densos
de mensagens estranhas.

Luzes que em meus olhos repousam
são de flores, sonhos,
dores e gozos.
Mistérios profundos
fora e dentro de mim
se emaranham
e eu não compreendo
o  inverídico mundo.

Os deuses das chuvas
me falam de lá e de cá.
Com suas vozes também assustadas
não explicam nada.
Mas eu sei dessa luz...
Eu sei onde está...

Aqui, no balé das minhas mãos
escrevendo estrelas azuis
num poema do coração.
E lá... nas paixões mais humanas
vertendo sobre as janelas abertas
sedas e flores nas desordens
das camas.

Mas, às vezes, quando um silêncio
de desterro me assola,
meu belo lenço de Marília 
em todos esses espinhos
se rasga, se esfola.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 05/01/2008
Alterado em 03/06/2011
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