Recolher esses desesperos,
essas lágrimas,
esse assalto à alma, aos sonhos,
quem vai?
Quem vai responder por essa luz que se apagou,
por seus olhos que amavam,
por sua voz que descia do próprio céu para abençoar?
Nao sei mais como caminhar....
Tão ingreme essa estrada,
essa história,
essa inóspita paisagem de lugar nenhum!
Sombras pálidas dentro da noite,
estrelas escondidas pelas tempestades,
cegueira dos que sonharam sem nunca despertar....
assim caminhamos, eu e a noite,
eu e os dias,
rumo ao absurdo pináculo onde espero abraçar
aquela aurora tão invisivel
como a efemeridade de uma flor
sonhando amanhãs.