ESTRANHO
Estranho.
Unicamente estranho.
Sem resplandecer nas profundezas.
A noite não é minha mãe.
Ao redor, eu vago. Ainda vago.
As coisas antigas não me deixam.
E me castigam.
Estou no peso exato da minha casa.
Dos que sentam no meu chão e não me pedem retorno.
Eu os conheço. Renasço com eles a cada novo dia.
São minhas folhas, meus frutos. Sem sementes.
Nas suas sombras me refugio nas tempestades.
e vislumbro névoas dançando na luz
que me suporta e me consola
e que nao destroi (sem sentido)
as minhas cavernas.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/06/2023