Como seria
Como seria velejar em ti
na tua serena pele
de noite e de luar?
Ser em ti afogada
em névoas de auroras
e esvanecer-me
em teus raíos túrgidos,
transfigurados,
absorver-me em teu ser alado
e somente te amar
e te amar?
Como seria reter
teu corpo e tua alma
dentro dos meus braços,
em abundância de mel
e orvalho,
e sentir-te como oásis mágico
renascendo-me
do ninho dos teus olhos
numa noite, enfim, de festa
à luz da ternura única
de tua fronte.
E depois, por fim,
beiijar tuas pálpebras cerradas
e sobre elas esparramar-me
como pétalas molhadas
para perfumar esse amor eterno,
que fecunda meus sonhos
para além da vida e da morte,
onde a única palavra
é o meu coração
onde a tua presença
se esconde.
(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)