Tao longe vai
de mansinho, pelo deserto,
soprando às areias palavras secretas.
Vai, como quem vai embora,
ausente da vida,
clareando-se como a página de um dia,
levando as chaves dos mistérios
de suas utopias.
Tao longe vai,
nos rastros de um tempo amoroso,
do que era um bilhete do infinito
e desenhos de um céu sem nuvens, novo,
- alma em ordem dentro do labirinto.
E vai tão longe dos abstratos
de poemas, histórias sem fadas,
dos rostos dessas casas fechadas,
desses presentes sem paz.
Vai tão distante
de estradas enclausuradas
dentro do coração.
Num pedaço do nada
vai o sonho ser o chão.
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Abaixo, link da belíssima e tocante crônica do meu amigo escritor dr. Celso Panza, sobre esse poema, a qual agradeço de todo o coração e que muito me honrou.
https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/7537523