Peregrina
Não sou mais eu essa que passa
e passa humildemente sem pensar
sem pensar nas dádivas, sem pensar na graça,
pois que tudo enlaça nesse desejo de chegar.
Chegar aonde? Que porto existe ali na frente?
Um deus? Um céu? Um arco-iris encantado?
Que horizonte Deus me dá tão de repente
que me cega os olhos mesmo assim iluminados?
Vou dormir um sono justo e um sonho infante
como se tu fosses meu anjo itinerante
em vôo de ternura no meu céu febril.
Minhas mãos se escondem assim tão lentamente,
meu corpo some, minha voz se faz ausente.
Dentro da noite, é meu eu que me fugiu.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 23/11/2007
Alterado em 03/06/2011
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