Horas
Horas em que o entardecer
se põe em braços de ouro
e domina o peito e arfa
e o coração é um pássaro
tentando seu pouso,
embalando-se nos braços dos ventos,
e o pensamento
é uma soma de tesouros,
uma arca de brancas
roupas das palmas,
aquelas que de amor
vestem a alma.
Horas em que
as estrelas são a terra
e o chão,
e o sentir é o único
guardião da messe
que se enraíza
e se desperta, viva,
em cada amanhecer,
em cada novo solo
pra ser e apenas ser.
Horas em que pela palavra
celebro a vida
para que haja sentido
no espaço da minha própria
respiração,
diante de sonhos
que são estrelas,
diante do que a vida
ainda pode ser bela
por uma flor,
um poema,
uma canção...
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Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 23/10/2007
Alterado em 03/06/2011
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