Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Outonal
Desenho azuis.
A lenda do amor.
As vidraças tem poemas escritos
pelas chuvas, pelas borboletas,
e as colinas em espadas emolduram os céus.
Amor é o mistério das palavras não proferidas,
dos outonos silenciosos,
dos vultos da saudade nos espelhos.
A terra redescoberta  entre o vento que chora
e minha alma que mora aqui
tão provisória na ficção do poema.
Sempre a mesma  poça d'água disfarçada  de estrela,
traçando estradas nos transbordamentos,
para a visita do sol.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/09/2019
Alterado em 23/09/2019
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