Noturno de Fevereiro
A um canto o retrato esmaecido.
Penso nesses olhos, nesse sorriso
na aldeia da minha vida,
com seus céus - leito dos longes!
Há tanto tempo que me escondo
dos lírios, dos cânticos,
da dança dos girassóis.
Do reino do coração.
Olhos abrindo mares,
tomando café ao luar.
Suplicando aos ventos
uma terra em que chegar.
Parece que tudo é selva.
Relva triste, sob estrelas.
No retrato esmaecido,
o tempo soluça escondido
na moldura cela.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 20/02/2019
Alterado em 20/02/2019