Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Percurso
Estranho mundo que se forma
em graça, beleza, harmonia
e na rota das estrelas
nas noites frias.

Piso, mansamente, sobre os astros
do coração, e por vezes,
me queimo de imensidão.

Não sei mais quem sou...
talvez a coluna de um templo
que em meio à tormenta
só quer alçar seu encantado vôo.

Creio que o chão é firme,
mas o peito é uma roda solitária,
que gira inquieta, temerária
sem ter a claridade necessária
para sobrepujar a extraviada
matéria de que todos somos feitos
do começo ao fim da jornada.

A lua desvela pouco a pouco,
seus véus de  paraíso,
para a alma que vaga
em dores e sorrisos.

E amanheço acreditanto sempre
num princípio
sem fim nem começo
onde estrelas submersas
na noite escura
constroem sua própria ponte de luz,
por onde caminha,
para seu ninho-horizonte
o rosto da ternura.


(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)



Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 07/08/2007
Alterado em 03/06/2011
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