Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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A casa do sol poente
Tudo dorme na casa vazia.
As cartas nas gavetas,
os livros empoeirados nas estantes.
O passado passeia pela casa,
como eterno visitante.

De repente, saltam dos espelhos delírios e sorrisos.
Os sonhos em trajes de graça.
Tudo que permaneceu vivo
e o que nunca chegou na vida que passa.

Desperta a casa.
Despertam  vozes vivas,
orações,  acalantos,
as lágrimas de tantos.
Também  estrelas nas vidraças dissolvidas
pelos ventos dos desencantos.

De frente para o sol poente,
fortaleza como uma grande árvore
a casa ousa sua solidão de gente:
- sonha em ser ninho nos fins de tarde.


C.G.Sul, 20.06.2015





Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 07/11/2016
Alterado em 07/11/2016
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