Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Um dia, um peso profundo
                 "E que sejamos apenas a humilde, a humilhada luz,
                  que tanto defenderemos
                  desse vento, dessa noite, desse peso brutal do mundo em que
                                                                           vivemos"

                                                  (Cecília Meireles)

Nem corvos são. A ave que não tem consciência
por força da divina criação.
Nem grama - a sagrada grama que se reconhece alimento,
campo sagrado, pele da terra...

Quem são esses que se apoiam sobre ombros
que já carregam pedras suficientes?

Quem são esses cujas línguas ferem a força dos homens de bem,
esses odiosos fundos de olhos que só enxergam na noite
escura e densa dos seus próprios pensamentos?

Longínquas viagens dos sonhos fazemos.
Para afastar-se desse plano mendigo e silencioso,
tantas vezes sem direito a ouvir
o  canto por onde voar a alma.

Na esperança, volveremos o olhar ainda
para Aquele que é sol e tempestade,
e sempre deixa entreaberta Sua porta
para o despertar da consciência.











Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 24/10/2016
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