Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Ser
É maravilhoso o rio
a quem se entregam
as folhas, as pedras -- caminhantes
peregrinas dos vales das águas.

Encantam-me esses bosques
que velam as margens,
os ninhos nas ramagens.
Esse estar sozinho
mas ao mesmo tempo
ser gruta e oráculo
na grande paisagem.

Quando um duende  aqui e ali assovia,
uma melodia do céu,
tudo parece se reverter,
as sombras, a melancolia,
entontece o dia.
É quando chega a poesia.
Então, às vezes, penso
que eu já não sou eu.

Quando se cumpre o dia,
em ocaso, ou arco-íris,
nessas pautas coloridas dos céus,
penso que talvez seja Deus escrevendo,
em Seu momento,
um iluminado pensamento
para inspirar os meus.



(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 19/07/2007
Alterado em 03/06/2011
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