Pássaros da alma
Acordaram os pássaros... talvez anjos disfarçados.
Chegaram à janela só pra me espionar,
pra saber se continuo escrevendo. Ó abençoados,
deixem-me viver, deixem-me chorar...
Aqui está tudo tão frio e cinza e tão pungente.
O fogo murmura na verde lenha espumante...
Meus pássaros acham que são seres pensantes.
Não querem ir dormir, se tomam como gente.
Riem dos meus versos, querem ditar normas.
Querem que eu os ponha dentro de redomas
e que os cultive assim, só como ornamento.
Eu não sei viver assim, ó anjos concebidos
pelos meus sonhos, pesadelos. O que eu preciso
é viver a poesia em verdade e sentimento.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 11/07/2007
Alterado em 03/06/2011
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