Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Solidão
De onde vens, ó solidão,
náufraga de tantos ventos?
És mágica,  menina ? Então me ensina
a conviver com meus pensamentos.

Ah, triste noite! -  vá embora!
Teu canto  é desencanto.
Se foram no por do sol antigas auroras.
Queria tanto te esconder -  mas choras.

De onde vens?  nos trôpegos passos
das calçadas por onde andei?
Ou dos trapos do meu coração
que um dia amei - e rasguei?

Solidão dos tempos,
de ombros já cansados.
De olhos que além dos montes
parecem nunca enxergar
o divino no horizonte
que só quer te fazer voar.

Solidão das águas interiores,
ora fontes profundas,
ora pequenos riachos.
Ora trazem mares aos olhos
mas nos deixam vazios os braços.

Momentos de meditação,
Ainda é preciso caminhar.

A solidão de nunca olhar pra trás
é a mais pesada de suportar.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/04/2016
Alterado em 10/04/2016
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