Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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À meia-luz
Deixo assim os barcos
tombando pelos silêncios
de todas as marés.

E os pássaros da alma
dançando em ventos
dialogando com a fé
e as folhas que de repente
junto às correntezas
da mente
insistiam em ficar em pé...

Deixo assim
desmembrados os sonhos
dos jardins,
das cirandas que na roda da vida
cantaram e riram em mim.

É noite  e os trigais insones
mostram, atônitos,
o que não toco
e não vejo.

Apaga-se em céus de barro
o lume dos desvelos.
Fechados os portais tristonhos,
confunde-se o meu coração.
Quebram-se os espelhos.


(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)

www.luciaconstantino.prosaeverso.net

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/07/2007
Alterado em 03/06/2011
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