Pelos meus caminhos
Dos anjos que não vi,
quando a noite se fez dia,
que pelos caminhos, me despedi,
como se fosse partir
para uma terra que eu não queria,
dos anjos que não vi
que não pude socorrer
nas tantas vidas dentro da vida,
nas tantas coisas por fazer,
fui aos poucos me rendendo, consciente
aos meus passos tão humanos
e que nem todos podem sonhar
esses sonhos diferentes
que às vezes sonhamos.
Dos anjos que eu não vi
nas minhas ocultas varandas,
nos meus invisíveis beirais
restou no coração a dor e a saudade
daqueles que um dia eu vi
mas que não voltam mais.
Dos seus acenos sobre a imensidão
dos meus dias e das minhas cinzas
restou- me essa cortina de céus sobre o coração
onde suas estrelas me iluminam - ainda.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 11/02/2016
Alterado em 11/02/2016