Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Tarde


Onde a luz da primavera?
As folhas nascendo, como um poema?
Escrevo no ar essas notas tristes.
Uma melodia que insiste em germinar
onde a chuva acena.

É fim de tarde e há vento.
As escolhas foram feitas há tempos,
mas o caminhar não as semeou.
Quedaram-se, solenes, sobre as margens
e no desvio do meu rosto, a paisagem
entre ervas se fechou.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/01/2016
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