Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Noturno de Dezembro
Voltar no tempo... a infância é logo alí
na esquina do pensamento
onde meu paraíso eu escondi.

Faço essa curva aqui dentro do peito.
Revejo a casa antiga, os jardins na primavera
As músicas dos parques, as bonecas,
meus primeiros passos
nas regiões sagradas da terra.

Chamo nomes, acordo a vida.
Os recintos todos preenchidos.
Pai, mãe, irmãos, animais.
O tempo me cresce - sou trigo.

Anseio os campos da vida,
o cultivo dos seres,
os rituais dos anelos
o pó nos pés para sagrar a partida.

Encosto o rosto à janela, perscruto a noite.
As lágrimas banham a infância no coração.
Não há mais como dizer: volte!
O tempo recolheu a perfeição.








Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 03/12/2015
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