O amanhã
Cheios de nuvens arrastam-se o dias.
Os caminhos disputam o coração, a própria vida.
Há tantos sopros sufocados,
tantas margens desnorteadas.
Tantos limites em andrajos.
Arrasta-se a esperança,
aqui e além das tempestades,
e sobre todas as montanhas.
Mas o amanhã precisa ressuscitar.
Nossa alma tem sede de violinos e mãos sobre rosas.
Tem sede de liras ao adormecer.
E de vastos campos onde brilhem os olhos dos céus
nas estrelas sobre os abismos.
Que o tempo de Deus nos devolva os lírios dos campos,
o amanhã para semear.
A fé para gerar a luz dos sonhos,
quando a noite negra se apagar.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 02/11/2015
Alterado em 02/11/2015