Noturno de outubro (2)
Triste e bela a noite se anuncia.
Sem estrelas, cinza,
como cinza foi o dia.
Das cinzas das lembranças,
restaram as folhas ao chão.
Pétalas caídas da alma,
flor que perdeu o coração.
Não me toques, ó cinza noite,
pelas cinzas dos teus devaneios.
Vim pelo caminho do sol,
por onde você não veio.
Talvez se me ofertares estrelas
e um luar que me acolha por inteiro
quem sabe, um dia, cinza eu seja,
- alma de água -
cantando de um despenhadeiro.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/10/2015
Alterado em 13/10/2015