Tudo e nada
Nada adormece
e tudo está adormecido.
Um tempo que é passado
redivivo.
As gotas caem pelos telhados.
Canção de ninar os olhos.
Ninguém pode enxergar
os sonhos molhados
nas cabeças de fósforos.
Presságios de nada valem.
Os oráculos emudeceram.
Os anjos sobrevoaram os abismos
os profetas caíram mais cedo.
Restam os poentes vazios
pobres ensaios sobre o sorriso
dos que dormem anos a fio
na ponte entre o inferno e o paraíso.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/10/2015