Apatria
Enerva
o tempo de acordar.
As campânulas estão sofrendo.
Tudo corre e o tempo para.
para qual doce, qual recreio?
Não voltam as flores, não se abrem as janelas.
Tudo pesa sobre a grama, como chumbo,
os pés, as sementes.
Nada brota, giram os carrosséis
e os cavalos mortos se soltam,
sem saber para onde vão.
Não vejo senão suas sombras,
perdendo-se no vazio da caminhada.
Acordamos ou não?
O pesadelo do tempo dormindo,
conosco.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 23/09/2015
Alterado em 23/09/2015