Tu, que eras fonte
Tu, que eras fonte
e que de copo em copo d'água
mataste a sede dos desesperados,
dos fora do tempo da alma,
Tu, que eras fonte submissa
à lei das inocências,
reservando para ti
o leito das pedras para repousar a cabeça,
tu, que me habitas, porque te habito eternamente,
olhai sobre esse jardim seco, as pétalas murchas,
o óleo essencial que escoou para tão longe,
contigo, entre as névoas divinas.
Olhai por um minuto, nada mais,
e vêde que se abriu o chão
aqui, dentro do meu coração,
para ali semear tuas estrelas
até que o infinito as desperte
na lenta, gradual noite celeste
onde brilha a tua paz.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 19/05/2015
Alterado em 20/05/2015