Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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Maria

Abre a porta, Maria,
Teu coração ancora o barco das vidas,
que vem pelo lado esquerdo do mar,
o mar morto da ternura de vidros,
de pedras pelas areias feridas.

Abre a Tua sagrada porta, Maria,
diante dos silêncios das coisas gastas,
famintas, das estrelas em agonia,
dos que oprimem os cânticos.

Deixa entrar em teu sacrário,
em Teu lar amantíssimo,
a pena do meu rosto
que hoje só sabe Te escrever sonhando
com aquela esperança  do  estábulo
quando o Amor desenhava nos céus
o labirinto da paz.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 19/05/2015
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