Era uma vez, a esperança
Cheguei do ontem.
Depus as asas.
Teceu-me a carne
uma marca na fronte.
Migalha.
Onde é o horizonte
senão no oposto da treva?
Como ir ao seu encontro
se o sonho blefa?
Melancolia do que reina na aurora.
Quando os pássaros celebram a vida
e a vida chora.
Então, elevem-me às rosas,
para que eu ainda lembre da beleza
na palavra, no gesto sem sombras.
E no mesmo sol dos fins de tarde,
quando a luz me põe à mesa.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 20/02/2015
Alterado em 21/02/2015