Desejo
Desejo somente a paz que me cabe
neste pedaço de areia onde pairam meu corpo
e minha alma.
Movo-me dentro desse espaço,
envergando esse traje
de amanheceres e anoiteceres
ao redor de um tempo
onde o olhar se deslumbra
mas também estremece.
A paz do impossível
ou talvez toda a paz possível
quando por sobre toda paisagem
braços invisíveis cobrem os abismos
e nos impelem a prosseguir.
E há sempre que se abrir o portal
para a rosa e seu espinho
e às pedras
que quebramos dentro de nós
para construção de um templo mais puro.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 23/01/2015
Alterado em 23/01/2015