Desvãos da alma
Não secretam palavras
os tortos caminhos,
e a noite, dentro da alma,
é um pássaro perdido
do seu ninho.
Segue, sem nada ver,
em redemoinhos de metal,
sob parca luz,
esses ventos
que aos girassóis não conduz.
Não se assemelha ao mar
a extensão dos céus
enluarados...
É como se o luar fugisse
em um corcel alado.
Tremeu na beleza da noite,
em setas de algodão.
Perdeu seu norte
e só em Deus por testemunha
nos desvãos da alma
refugiou o próprio coração.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 30/05/2007
Alterado em 03/06/2011
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