TEMPESTADE
Perscrutando o silêncio mestre
dos ninhos que dormem
à tempestade.
Um rosto que não chora nas mãos
afronta-me ,
mendiga desse despertar incubado,
dessa beleza que cochila
sem reconhecer-me.
Vou à janela.
Bebo a forma da solidão
dessas lágrimas.
Sou criança caída e me atravessa
essa água-de-cheiro-da noite
com gosto de berço,
de dor e saudade.
Repatrio-me nas letras
- dos ninhos, única mensagem
que me chega, jurada de melancolia.
(*) republicação
P.S. e aqui chove, chove, chove...e ventos... há uma semana!
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/10/2014