Horas
Horas em que o entardecer se põe em braços de ouro
e domina o peito e arfa
e o coração é um pássaro tentando seu pouso,
embalando-se nos braços dos ventos,
e o pensamento é uma soma de tesouros,
uma arca de brancas roupas das palmas,
aquelas que de amor vestem a alma.
Horas em que as estrelas são a terra
e o chão, e o sentir é o único guardião da messe
que se enraíza, e se desperta, viva,
em cada amanhecer, em cada novo solo
pra ser e apenas ser.
Horas em que pela palavra celebro a vida
para que haja sentido
no espaço da minha própria respiração,
diante de sonhos, que são estrelas,
diante do que a vida ainda pode ser bela
por uma flor, um poema,
uma canção...
(*) republicação, neste dia chuvoso de 13 de agosto, para renovar e celebrar a esperança por um mundo melhor.
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/08/2014