Saio vestida de chuva
em folhas de outono
molhadas, luminosas...
emoldurando  rastros.
Minhas poças d'água são astros.

Refletem, silentemente,
as nuvens do firmamento,
as batalhas da alma,
as cirandas do tempo,
e as horas em que me apascento.

Irmãs gêmeas do mar...
em profundezas, luz
imensidão.
Velam meus cânticos
e esse azul marulhar
do meu coração...

Nuvens que vagam
refletidas em águas
de doces cantigas,
em sutis alegrias...
Véus de outono plasmados
no rosto de maio
em amor e poesia.


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