PAISAGEM MATINAL
Em que livro o jardineiro
escreveu seu pranto
à luz daquela aurora?
Os pássaros imoblizaram-se
à passagem das nuvens pelo céu
e as sombras dos vasos
dançaram nas varandas.
Que eternidade em cada dia
no azul refletido pelos olhos
das estrelas escondidas
e a insônia dos círios
dentro da alma.
Flauta translúcida
enlaçada às lágrimas aéreas da saudade
que não se desmancham
com os ventos em seu exílio
de primaveras.
(Direitos autorais reservados)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/07/2014