ÚLTIMO ENTARDECER
“Somos o eterno
aprisionado
na argila perecível”
- Helena Kolody
Ainda uma vez cantou o pássaro
sob a sombra.
O nubente invisível bebeu o vinho,
o soma.
Na tarde cósmica, uma luz de fantasia
difrata o céu no coração.
A noite e o dia
dão-se as mãos.
Gestos no horizonte
lembram figuras sagradas.
Inconsciente torvelinho.
No rosto senil
a vida é revoada.
O passado, um ninho.
(Direitos autorais reservados).
Imagem: Super beautiful photos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 07/03/2014
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