QUANDO CHOVE DO TODO
Fico ansiando
pelo tempo da luz.
É quando chove do Todo
e tudo me parece um capricho dos céus.
Minhas impressões caducam,
minhas dores tornam-se resplandescentes.
Insisto em libertar-me,
mas o fervor da minha linguagem
não atravessa a densa noite.
Interrompo o caminho do discipulado
e me confino na importância efêmera
do meu ego e da minha influência irresponsável
sobre mim mesma.
É quando, de repente, escolho alojar-me
nos invólucros das minhas lembranças
e devoções, para poder prosseguir
ao tempo pelo retorno da luz
num caminho de heras e musgos
sem nenhum cajado,
a não ser o nó na garganta
atado à árvore da esperança.
(Direitos autorais reservados)
Imagem: Super beautiful photos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 16/02/2014
Alterado em 01/06/2015
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