REVERÊNCIA
A chuva não dorme.
Seus olhos ao vento perscrutam universos.
Escondo o rosto, silencio,
humildemente,
sua aventura em minha senda não será possível.
É o impossível que nos estremece.
Qual o mistério que se revela
e eu não alcanço,
quando essa voz ecoa por sobre toda matéria
e não pode ser calada?
Imagino um deus
dentro dessa força descomunal,
e seus passos de fogo entre a nuvens.
O quanto ínfima sou
na imensidão desse corpo celestial,
que faz não abraço,
que não é ninho,
que detém todos os abraços
e redimensiona todos os olhares.
O vento não escreve em novas folhas
que deita ao chão,
apenas canta nelas.
E Deus repagina tudo novamente,
como ser algum jamais o fará.
Reverência.
(Direitos autorais reservados)
Imagem: Super beautiful photos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 21/10/2013
Alterado em 22/10/2013
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