MEU PAI
(ao meu pai, Edgard, em amada memória)
Perdia-se nos bosques do espírito.
A cabeça erguida,
para sempre ver além
da inexorabilidade do destino.
Erigido à dimensão de anjo
por meu céu interno,
trazia-me rosas e provisões de inverno
para a herança das chuvas,
sem jamais mostrar-me os espinhos,
por puro livre arbítrio.
Hoje, dos longes me volta teu rosto.
Esta luz sobre meus vales escuros,
estas feições sobre meus traços insólitos,
olhando com amor
todos os meandros de minha alma,
e minha atônita fartura de saudade.
Respiro tuas veias,
nesta sincronicidade da matéria,
nesta unidade de alma: margens de um amor
que corre para a eternidade.
(Direitos autorais reservados)
Imagem: Super beautiful photos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 11/08/2013
Alterado em 29/09/2013
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