O QUE SE ESCONDE NA ALMA
É muito estreita esta porta.
A tarde não cabe nela.
Nem a noite.
E a manhã se esconde em suas vestes enganosas.
Há um quê de abismos pelos cantos,
um mar de palavras, verborréia encantada,
que se degusta com dor, com lágrimas,
aonde se lê o nada.
E nem há um tanger de sinos
que ventile uma réstia de luz,
uma prece ou uma reflexão,
tudo o que a alma não traduz.
Um nada que acorrenta,
que alimenta os peregrinos desencantados
aonde as flores no caminho
são setas e dardos.
Tudo parece tão triste
quando se perde o caminho do meio
e até as colunas desistem.
(Direitos autorais reservados).
Imagem: Super beautiful photos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 06/07/2013
Alterado em 29/09/2013
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