Poemas da Caminhada - Lúcia Constantino
O canto da alma é a única coisa que fica. E o que dele fizermos...
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QUEM SABE, UM DIA....
Veio essa cor rosada
na  alma calada e indiferente.
Encontrou seu casulo, sua pátria
e fragmentada
se achou pequeno deus,
demente,
no santuário do nada.

Queria flores? Não as teve.
Aquarela prostituída
nas páginas desabitadas
da vida.

Verso algum escreveu.
Palavras soltas aqui e ali,
levadas pelo vento.
Fugitivas.

Afinal,  esfacelou-se
como se de barro fosse,
nem cristal,nem pedra
ou areia.
Sequer fóssil.

Só aquele rastejar silencioso
diante de tantos  ocasos.

Quem sabe, um dia,
sobre a terra nos vasos,
renasça um sol maravilhoso!


(Direitos autorais reservados)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 03/04/2013
Alterado em 03/04/2013
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