A POESIA
A poesia que se esvai
é aquela que bateu na pedra da mentira
e diluiu-se em agonia
na maré das águas das lembranças...
O poema não pode ser só belas palavras
como um sepulcro caiado
sem vida, sem sangue, sem cor...
Não é para vitrines macilentas
de olhos fáceis
que querem comprar o amor.
Não é para o riso escarnecido
dos que se nutrem de alaridos
e fazem festa sobre a dor.
A poesia é sagrada,
enluarada como se a terra fosse
um ninho de prata a abrigar seu canto
para renascer a cada novo dia
gerada da nossa mais profunda verdade
a despeito da mentira de cada dia,
a despeito de qualquer pranto.
(Direitos autorais reservados).
Foto: Super beautiful photos (fb)
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 26/10/2012
Alterado em 26/10/2012